quinta-feira, 9 de julho de 2015


Pomba - Gira Maria Padilha
                                    
França, final do século dezenove. Juliette estava desesperada. Aos dezesete anos, filha de nobres franceses estava prometida em casamento para o jovem Duque D''areaux.
Por coisas que somente à vida cabe explicar, havia se apaixonado por um dos cavalariços de sua propriedade. Entregara-se a essa paixão o que acabou acontecendo uma gravidez que já atingira a oitava semana. Somente confiara o segredo à velha Ama Marie, quase uma segunda mãe que a vira nascer e dela nunca se afastou, que a aconselhou a fugir com Jean, seu amado.
Procurado, o rapaz não fugiu à sua obrigação. Sairiam a noite levando consigo apenas a Ama que seria muito útil à moça e os cavalos necessários para os três.
 Perto da meia-noite, Juliette e Marie esgueiraram-se pelo jardim e dirigiram-se até o ponto em que o jovem as esperava. Rapidamente montaram e partiram. Não esperavam, contudo, que um par de olhos os espreitasse. Era Sophie a filha dos caseiros, extremamente apaixonada por Jean. Percebendo o que se passava correu até a grande propriedade e alertou aos pais da moça sobre a fuga iminente. Antoine, o pai de Juliette, imediatamente chamou por dois homens de confiança e partiu para a perseguição. Não precisaram procurar por muito tempo.
A falta de experiência das mulheres fazia com que a marcha dos fugitivos fosse lenta. Antoine gritou para que parassem. Assustado Jean apressou o galope e o primeiro tiro acertou-o no meio das costas derrubando-o do cavalo. Juliette correu para o amado gritando de desespero quando ouviu o segundo tiro. Olhou para trás, a velha Ama jazia caída sobre sua montaria. Sem raciocinar no que fazia puxou a arma de Jean e apontou-a para o próprio pai. - Minha filha, solte essa arma! - assim dizendo aproximava-se dela. Juliette apertou o gatilho e o Tiro acertou Antoine bem no coração. Os homens que o acompanhavam não sabiam o que fazer.
Aproveitando esse momento de indecisão a moça correu chorando em total descontrole. Havia uma ponte à alguns metros dali e foi dela que Juliette despediu-se da vida atirando-se na água gelada. A morte foi rápida e nada se pode fazer. Responsável direta por três mortes (a dela, do pai e da criança que trazia no ventre) causou ainda, indiretamente mais duas; a de Jean e da Ama. Triste destino aguardava o espírito atormentado da moça.
Depois de muito vagar por terrenos negros como a noite e conhecer as mazelas de incontáveis almas perdidas, encontrou um grupo de entidades que a encaminhou para a expiação dos males que causara. Tornou-se então uma das falangeiras de Maria Padilha.
Hoje em nossos terreiros atende pelo nome de Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga, onde, demonstrando uma educação esmerada e um carinho constante atende seus consulentes sempre com uma palavra de conforto e fé exibindo um sorriso cativante.
             NOMES CONHECIDOS.
*FALANGE: de Pombas-Giras, Ciganas e outras

Maria Padilha , Maria Padilha das Almas, Maria Padilha do Cruzeiro, Maria Padilha da Encruzilhada, Maria Padilha das Sete Encruzilhadas, Maria Padilha do Cabaré, Maria Padilha da Estrada, Maria Padilha, Rainha Maria Padilha, Maria Padilha do Cruzeiro das Almas, Maria Padilha Rainha das Sete Encruzilhadas, Maria Padilha Rainha do Cruzeiro, Maria Padilha do Cemitério, Maria Padilha da Calunga, Maria Padilha da Praia, Maria Padilha das Portas do Cabaré, Maria Padilha das Sete Catacumbas, Maria Padilha das Rosas, Maria Padilha dos Sete Cruzeiros, Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga

*FALANGE MARIA MULAMBO – HIERARQUIAS:

Maria Mulambo, Maria Mulambo da Estrada, Maria Mulambo do Cruzeiro, Maria Mulambo do Cruzeiro das Almas, Maria Mulambo da Encruzilhada, Maria Mulambo das Sete Encruzilhadas, Maria Mulambo dos Sete Cruzeiros, Maria Mulambo do Cabaré, Maria Mulambo dos Sete Punhais, Maria Mulambo dos Sete Portais, Maria Mulambo das Almas, Maria Mulambo da Calunga, Maria Mulambo do Lodo, Maria Mulambo das Rosas, Maria Mulambo dos Sete Véus.
*ROSA CAVEIRA – HIERARQUIA
  *FALANGES DIVERSAS:

Maria Quitéria, Maria Rosa, Maria Eulália, Maria Navalha ou Maria Navalhada, Maria da Praia, Maria das Almas, Maria da Estrada, Maria Sete Catacumbas, Maria Sete Covas, Maria do Caís, Maria do Cabaré, Maria Baiana, Maria Alagoana, Maria Cigana, Maria Rita, Maria Dolores, Maria Sete Saias, Maria Sete Ondas, Maria Sete Véus, Maria Morena, Maria Bonita, Maria Sete Rosas, Maria Sete Encruzilhadas, Maria de Minas, Maria Sete Navalhas, Maria Sete Punhais, Rosa Negra, Rosa das Almas, Rosa da Noite.  

Rosa Maria, Rosa dos Ventos, Rosa Menina, Rosa Morena, Rosa da Madrugada, Rosa do Cabaré, Rosa da Encruzilhada, Rosa da Calunga, Rosa Vermelha, Rosa Vermelha do Cabaré, Rosa Vermelha da Encruzilhada, Rosa vermelha da Calunga, Rosa Vermelha da Estrada, Rosa Vermelha das Sete Encruzilhadas, Rosa Vermelha do Cruzeiro, RosaVermelha do Cruzeiro das Almas, Rosa do Lodo, Sete Saias, Sete Saias do Cabaré, Sete Saias da Encruzilhada, Sete Saias das Sete Encruzilhadas, Sete Saias da Estrada, Sete Saias do Cruzeiro.


Rainha Sete Saias, Sete Ondas, Sete Véus, Sete Rosas, Sete Rosas da Calunga, Sete Rosas do Cruzeiro, Sete Rosas do Cruzeiro das Almas, Sete Coroas, Sete Tridentes, Sete Canoas, Sete Punhais,Pomba Gira Sete Encruzilhadas, Pomba Gira Sete Estrelas, Sete Calungas, Sete Catacumbas, Pomba Gira Sete Luas, Sete Mares, Sete Porteiras, Sete Capas, Sete Navalhas, Sete Chaves, Sete Cruzes, Sete Pembas, Sete Ventanias, Pomba Gira da Figueira, Pomba Gira Dama daNoite, Pomba Gira Dama das Sete Capas, Pomba Gira Giramundo, Pomba Gira Menina, Pomba Gira Menina da Praia, Pomba Gira Menina da Calunga, Pomba Gira Menina do Cruzeiro, Pomba Gira Menina do Cruzeiro das Almas, Pomba Gira Menina Cigana, Pomba Gira Menina da Encruzilhada, Pomba Gira Menina do Cabaré, Pomba Gira Menina da Estrada, Pomba Gira Mirim, Pomba Gira da Praia, Pomba Gira do Lodo, Pomba Gira das Rosas, Pomba Gira dos Ventos, Pomba Gira das lagoas, Pomba Gira da Lira, Pomba Gira do Reino da Lira, Pomba Gira das Sete Lira.


                                                             Guardiã de Maria Padilha




A Pomba-Gira é um Exu-fêmea. Tal como os Exú, as Pombas-Gira são espíritos em evolução, que já viveram entre os humanos, e que aprendem sobre a vida através de nossa própria vida, enquanto aguardam a sua vez de reencarnar. Os espíritos mais evoluídos são chamados por outro nome. Assim a Pomba-Gira passa a ser chamada de Lebará.
Zaira Male era uma bruxa, que fundou a sociedade “Mulheres de Cabaré Damas da Noite”, local onde as mulheres da “noite” se reuniam, recebiam os homens a quem davam prazer, mas não só. Esse local permitia-lhes reunir-se para aprender a magia, encantos e feitiços, para conseguir obter dos homens tudo o que queriam.
Zaira Male transmitiu ás suas aprendizes o culto ás outras que morressem. Assim nasceu o culto da Pomba-Gira. As antigas, as anciãs incorporavam no corpo das mulheres novas com capacidades mediúnicas para as receber, e transmitir as suas mensagens. Essas mensagens podem ser das mais variadas, no entanto o objetivo principal é o conhecimento da magia e dos encantamentos, que permitirá ás mulheres saber como conquistar o homem amado.
As Pombas-Gira são Exú fêmeas ligadas á sexualidade e á magia, tendo várias áreas de domínio: amor, sexo, sentimentos.
As Pombas-Gira têm um nome cabalístico: KLÉPOTH.
E cada uma atende por um nome diferente: Rainha das 7 Catacumbas, Maria Padilha…
  Maria Padilha é uma das principais entidades da Umbanda e do Candomblé, da linha da esquerda, sendo também conhecida por Dona Maria Padilha, e considerada a Rainha das Pombas-Gira. É a Rainha do Reino da Lira, Rainha das Maria.
  
É a mulher de Exu Rei das 7 Liras, ou Exu Lúcifer, como é conhecido nas Quimbandas.
  Ela é vista como o espírito de uma mulher muito bonita e sedutora, que em vida teria sido uma fina prostituta ou cortesã influente.
Maria Padilha é uma Pomba-Gira poderosa capaz de auxiliar em problemas de amor, saúde, afastar indesejáveis, desmanchar feitiços.
As mulheres que trabalham com esta entidade têm uma personalidade muito forte e são geralmente extremamente sensuais e atraentes.
Amam como ninguém, mas se forem traídas facilmente odeiam seus parceiros amorosos.
Maria Padilha é a protetora das prostitutas. Gosta do luxo e do sexo. Suas roupas são geralmente vermelhas e pretas, usa uma rosa nos seus longos cabelos negros. É uma Pomba-Gira que gosta de festas e dança.
Os seus dons: encantamento de amor, amarração.
As suas oferendas são: cigarros, champanhe, rosas vermelhas em número ímpar, jóias, cosméticos, espelhos, mel, licor de anis.
Os seus trabalhos são: geralmente despachados em encruzilhadas em “T”.
Os sacrifícios a oferecer-lhe: galinha vermelha, cabra, pata preta.


A saudação a Exú: Laroyê, Exu! (“Salve, Exu!”)

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