ENSINAMENTOS:
Apesar dos avanços verificados na medicina, as práticas de benzeções não ficaram
enterradas no passado nem foram totalmente substituídas pelos preceitos científicos.
Acreditando ou não no poder da reza, tem sempre aqueles que procuram nas benzeções,
uma cura para a sua doença. O que é esta prática religiosa tão permeada em nosso
cotidiano? Que maneira é esta de resolver problemas tão fincados na solidariedade, tão
diferentes da cultura dominante? O que significa benzer? Por meio de observação direta e
de entrevistas informais realizadas com benzedores da cidade de Uberlândia/MG, e
entendendo a folkcomunicação como a comunicação em nível popular, busco descrever
como se dão as benzeções, procurando entender essas manifestações folclóricas como a
linguagem de um povo, a expressão do seu pensar e do seu sentir, tantas vezes discordante
do pensar e do sentir da cultura oficial e dominante.
Palavras-chave: folkcomunicação, benzeção, religiosidade popular
Introdução
Quebranto, cobreiro, mau-olhado, espinhela caída, erisipela, vento virado, peito
arrotado. Quem quer que percorra os povo ados da zona rural, as pequenas cidades do
interior ou mesmo as periferias das grandes cidades vai se deparar, em um momento ou
outro, com alguns desses nomes que fazem parte de um mundo mágico-religioso, povoado
de rezas, crenças, simpatias e benzeções.
Na cultura popular, corpo e espírito não se separam, tampouco desliga-se o homem do
cosmos, ou a vida da religião. Para todos os males que atingem o corpo e a alma do homem
sempre há uma reza para curar. É por isso que, apesar do tempo e dos avanços da medicina,
a tradição dos benzedores ainda persiste na nossa moderna sociedade capitalista.
Acreditando ou não no poder da reza, tem sempre aqueles que procuram, nas rezas e nas
benzeções, uma cura para a sua doença ou um alívio para a sua dor.
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